As luzes da mansão estavam apagadas. O silêncio reinava absoluto, mas dentro de mim, tudo era tempestade. Eu mal conseguia respirar enquanto descia as escadas, os pés descalços roçando no mármore frio, os olhos atentos às sombras. Após tudo o que aconteceu em Izmir, eu não confiava em ninguém — exceto nele.
Mas Demir estava distante. Nos últimos dias, nosso contato se limitava a olhares vazios e toques rápidos. Havia algo escondido atrás da cortina espessa do seu silêncio — e eu estava prestes a descobrir o quê.
Cheguei até a biblioteca. A porta entreaberta revelava uma luz fraca. Ele estava lá dentro, sentado à poltrona de couro, segurando um copo de uísque e encarando uma pasta preta.
— Ainda está acordado? — minha voz saiu mais trêmula do que eu gostaria.
Ele levantou os olhos, lentamente, e acenou para que eu me aproximasse.
— Não consegui dormir — respondeu, a voz grave, como se cada palavra lhe custasse.
— O que é isso? — perguntei, apontando para a pasta.
— Informações. Sobre m