“Alguns amores nascem para resistir ao fogo. Outros para incendiá-lo por completo.”
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Acordei com a luz do sol atravessando as janelas do quarto de Emir. Era estranho como o silêncio ali dentro contrastava com a tempestade dentro de mim. A cama ainda tinha o cheiro dele, o calor dele. Mas ele já não estava ali. Só a ausência pulsando ao meu redor como uma lembrança incômoda.
Levantei-me devagar, sentindo o corpo dolorido pelos momentos intensos da noite anterior. Cada toque, cada investida, cada palavra sussurrada entre os lençóis carregava mais do que desejo. Era desespero, era medo, era amor. A mistura que sustentava tudo o que estávamos construindo — ou destruindo — juntos.
Vesti uma camisa dele que estava jogada na poltrona e fui até a sala. Ziya estava ali, em pé junto à janela, falando ao telefone em turco. Quando me viu, apenas assentiu com a cabeça. Não parecia surpreso. Não mais.
— Emir? — perguntei, a voz ainda arranhada pelo sono.
Ele desligou e respondeu:
— No galpão. Reun