O relógio marcava quase três da manhã quando o telefone despertou o silêncio pesado do nosso refúgio. Eu estava exausta, o corpo clamando por descanso após semanas de tensão constante, mas a voz de Mehmet no outro lado da linha me trouxe uma onda imediata de adrenalina que varreu todo o cansaço.
— Eles estão vindo — ele disse, voz firme e carregada de urgência.
Meu coração disparou. Kerem, nosso inimigo implacável, não dava trégua, e a guerra que eu tentava evitar estava batendo à porta.
— Onde exatamente? — perguntei, tentando manter a calma, mas sentindo um tremor crescente na minha voz.
— Perto do depósito no cais. Está acontecendo agora.
Sem perder um segundo, vesti minha roupa mais resistente, peguei o kit médico e saí silenciosamente do apartamento, sabendo que cada passo poderia ser uma questão de vida ou morte.
Cheguei ao local pouco depois. O ar estava pesado, carregado pelo cheiro de pólvora e adrenalina. As sombras dos homens armados se mexiam atrás dos contêineres enferruj