O dia amanheceu cinza, carregado de nuvens que ameaçavam desabar a qualquer momento. O peso da noite passada ainda parecia envolver meu corpo, uma mistura de cansaço físico e uma inquietação que nem o sono havia conseguido dissipar. Mehmet estava sentado à beira da cama, o olhar distante e os dedos entrelaçados, como se tentasse controlar os demônios internos que o assombravam. Eu me aproximei devagar, querendo entender aquele silêncio tão pesado.
— Você está bem? — perguntei baixinho, sentindo a tensão no ar.
Ele levantou os olhos, e por um instante, a vulnerabilidade foi quase palpável. Mehmet, o homem forte, o líder implacável, parecia uma sombra do que eu conhecia.
— Não sei… — respondeu, a voz carregada de uma tristeza que doía. — Tudo isso está ficando pesado, Elif. A guerra, as perdas… e ainda você, sempre tentando me salvar.
Meus olhos se encheram de lágrimas, mas respirei fundo para não deixá-las cair. Ele não precisava do meu choro agora. Precisava de força, de certeza.
— Eu