Ana
O silêncio da sala me esmagava. Eu ainda estava encolhida atrás da mesa, mas cada segundo ali parecia um crime. Eles estavam indo matar Lex. E eu estava parada.
Não dava mais pra esperar.
Limpei as lágrimas rápido com o dorso da mão, tentando ignorar o tremor dos dedos. Meu coração gritava pra eu ficar quieta, mas alguma coisa mais forte me empurrava pra frente.
Olhei em volta. A sala estava vazia agora, só corpos desacordados dos funcionários originais da festa espalhados pelo chão. Todos respirando, mas fracos, fora de combate. Um deles gemia baixinho.
Eu engoli seco, arrastei meu corpo pra fora do esconderijo e me levantei devagar. O salto alto fez um barulho contra o piso. Maldito salto. Se eu corresse com aquilo, os ladrões me encontrariam no mesmo instante.
Sem pensar duas vezes, arranquei os sapatos e larguei num canto. Meus pés protestaram contra o chão frio, mas o alívio de não fazer barulho foi imediato.
— Vamos, Ana — sussurrei para mim mesma, como se aquela voz pudesse