Ana
O som da maçaneta rodando foi como uma lâmina fria cortando meu estômago. Eu não sabia se seria Lex voltando com a ajuda mas faziam vários minutos que ele tinha saído, então eu não queria arriscar.
Eu congelei atrás da mesa, tentando me encolher o máximo possível. O coração parecia uma bateria enlouquecida, batendo tão alto que eu jurei que iam ouvir.
A porta se abriu com força, rangendo. Passos pesados ecoaram no chão, botas contra o piso. Eu só vi sombras pelo vão entre o tampo da mesa e o chão, mas já sabia: eram eles. Os ladrões dourados.
Três. Eu contei três pares de botas entrando. Três vozes masculinas, roucas, cheias de raiva.
— Merda! — um deles xingou. — Como deixaram escapar? Dois reféns, dois!
Minha garganta queimava de tanto segurar a respiração.
— O chefe vai enlouquecer — outro respondeu, a voz carregada de medo. — A gente não pode voltar de mãos abanando.
Eu fechei os olhos com força, sentindo o suor frio escorrer pela minha nuca. Não podia fazer barulho. Nem um su