Ana
As mãos de Lex estavam presas atrás das costas, os joelhos pressionando o chão gelado. Eu não conseguia respirar direito, a garganta fechada pelo terror que tomava conta de mim. Os dois bandidos riam dele como se fosse só mais uma diversão sádica daquela noite.
— Olha só o dá tentar bancar o espertinho! — um deles debochou, passando a ponta da arma pelo ombro ensanguentado de Lex. — Fugiu, enganou a gente, e agora vai pagar com a vida.
O outro, mais cruel, se aproximou até ficar frente a frente com ele. — Últimas palavras? — perguntou, com aquele sorriso nojento de quem se acha invencível.
Eu queria gritar, queria fazer alguma coisa, mas o medo me paralisava. Lex levantou o rosto devagar, os olhos ainda firmes apesar do sangue escorrendo do corte na sobrancelha.
E foi então que ele fez o que só Lex seria capaz de fazer.
— Sim — ele disse com a voz rouca, quase um sussurro. — A sua mãe manda lembranças… depois da última noite comigo.
O silêncio caiu por um segundo, antes de explodi