O café no centro da cidade parecia um refúgio discreto em meio ao caos. As mesas de ferro forjado, as plantas suspensas e o cheiro de pastelaria fresca criavam uma atmosfera acolhedora. Era o tipo de lugar onde conversas importantes podiam acontecer sem chamar muita atenção. E, naquele dia, seria palco de algo decisivo.
Mel chegou primeiro. Usava óculos escuros e um lenço no cabelo, tentando passar despercebida. Apesar do disfarce simples, a tensão na sua postura traía a inquietação que sentia. A conversa que se avizinhava poderia mudar tudo — para melhor ou para pior.
Pouco depois, Alessandro surgiu, cumprimentando-a com um sorriso contido. Luna chegou em seguida, com passos firmes e olhar determinado. Por fim, Clara — a jornalista que os abordara semanas antes — entrou no café, dirigindo-se diretamente à mesa onde os três a aguardavam.
— Obrigada por terem vindo — disse Clara, pousando a mochila ao lado da cadeira e tirando o gravador de voz, que manteve desligado. — Sei que hesitar