A sala estava mergulhada num silêncio tenso. Clara sentou-se à frente de Mel, Luna e Alessandro, o tablet ainda na mão, os olhos inquietos. Na tela, o e-mail anónimo que acabara de receber destacava-se em letras pretas e secas, como um sussurro perigoso vindo das sombras.
> “Ela não é a única. Há mais. Muito mais. Alguns nomes intocáveis estão envolvidos. Se continuarem, vão descobrir coisas que não deveriam. Nem todos querem que a verdade apareça. Tenham cuidado.”
– Assinado: Um arrependido.
Mel sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. A coragem que construía com esforço parecia vacilar por um instante.
— Estás a pensar que é uma ameaça? — perguntou, num tom baixo.
Clara abanou a cabeça.
— Não sei. Pode ser. Mas também pode ser uma tentativa de aviso genuíno. A linguagem é ambígua de propósito. Alguém quer manter o anonimato — talvez por medo, talvez por estratégia.
Luna passou a mão pelo rosto, frustrada.
— Isto só prova que estamos a chegar perto de algo importante. Não podemos r