52. JUSTIÇA CEGA
O Fórum estava silencioso por fora, mas por dentro, o ar era pesado, carregado de expectativa e tensão. Deise chegou com passos firmes, o salto ecoando pelo chão de mármore frio. Seu vestido era sóbrio, elegante, com tons escuros que contrastavam com a serenidade de seu rosto. Mas por dentro, seu coração batia acelerado.
Ao atravessar o hall principal, avistou Telles já à sua espera. Ele estava encostado em uma das colunas, os braços cruzados, o semblante sério. Quando a viu se aproximar, um leve sorriso se desenhou em seus lábios.
— Bom dia, Deise. — disse ele, estendendo a mão. — Esperava vê-la mais cedo... Precisamos conversar, venha comigo.
Sem questionar, ela assentiu e o acompanhou. Caminharam por um corredor estreito, com portas pesadas e largas de madeira escura, que abafavam qualquer som vindo das salas. Era como se estivessem se afastando do mundo real, adentrando um terreno onde decisões selariam destinos.
Entraram em uma sala reservada. Pequena, discreta, mas com cadeiras