Mundo de ficçãoIniciar sessãoLara Almeida nunca acreditou em contos de fadas. A vida ensinou-lhe cedo que tudo tem um preço — até o amor. Quando uma emergência a deixa sem saída, Lara é confrontada com uma proposta impensável: um Lara Almeida nunca acreditou em contos de fadas. A vida ensinou-lhe cedo que tudo tem um preço — até o amor. Quando uma emergência a deixa sem saída, Lara é confrontada com uma proposta impensável: um casamento por contrato com Rafael Monteiro, um CEO poderoso, frio e implacável. Não há romance, não há promessas… apenas regras. Ele oferece segurança. Ela entrega a liberdade. Presos a um acordo que nunca deveria envolver sentimentos, Parae Rafael entram num jogo perigoso de controlo, segredos e desejo proibido. Mas quanto mais tentam manter distância, mais difícil se torna ignorar a atração que cresce entre eles. Porque alguns contratos não protegem corações. E alguns casamentos começam com mentiras… mas podem terminar em amor — ou destruição. por contrato com Rafael Monteiro, um CEO poderoso, frio e implacável. Não há romance, não há promessas… apenas regras. Ele oferece segurança. Ela entrega a liberdade. Presos a um acordo que nunca deveria envolver sentimentos, Parae Rafael entram num jogo perigoso de controlo, segredos e desejo proibido. Mas quanto mais tentam manter distância, mais difícil se torna ignorar a atração que cresce entre eles. Porque alguns contratos não protegem corações. E alguns casamentos começam com mentiras… mas podem terminar em amor — ou destruição.
Ler maisCapítulo 1 — A Proposta Que Não Era Um Pedido
Lara Almeida nunca imaginou que o destino pudesse ser decidido num corredor de hospital. O cheiro intenso a desinfetante entranhava-se-lhe na garganta, misturado com o frio artificial do ar condicionado. O som ritmado das máquinas vinha do quarto ao fundo, marcando um tempo cruel que não esperava por ninguém. Cada bip era um lembrete de que o tempo estava a acabar. Ela estava ali há horas. Ou talvez minutos. Já tinha perdido a noção. Quando o médico finalmente saiu do quarto, Lara levantou-se de imediato, quase tropeçando nos próprios pés. O homem fechou a porta atrás de si com cuidado excessivo, como se qualquer ruído pudesse mudar o que estava prestes a dizer. — Senhorita Lara — começou, com a voz profissional, mas cansada — o estado agravou-se. O coração dela afundou. — Agravou-se… como? — perguntou, forçando-se a manter-se de pé. O médico respirou fundo. — Precisamos de iniciar um tratamento mais agressivo. Imediatamente. Lara apertou a mala contra o corpo. Já sabia o que vinha a seguir. Sabia, mas mesmo assim doeu ouvi-lo. — E… os custos? Ele desviou o olhar por um breve instante. — São elevados. Muito elevados. A palavra caiu como um peso esmagador. Elevados significava impossíveis. Significava que tudo o que ela ganhava não chegava nem perto. Significava que, por mais que trabalhasse, por mais que se sacrificasse, não havia dinheiro suficiente. — Não há… nenhum apoio? — arriscou, a voz embargada. — Nenhuma alternativa? O médico hesitou. Aquela hesitação foi pior do que um não direto. — Há algo fora do normal nesta situação — disse, por fim. — Alguém fez um pedido específico para falar consigo, caso chegássemos a este ponto. Lara franziu o sobrolho. — Alguém? Quem? — Não posso dar muitos detalhes — respondeu ele. — Apenas disse que resolveria tudo. O coração de Lara acelerou. Resolver tudo? Aquilo soava a mentira. Ou a algo perigoso. — Onde está essa pessoa? — perguntou. — Está à sua espera — respondeu o médico, apontando para o corredor. Lara virou-se lentamente. Foi então que o viu. O homem estava encostado à parede, como se aquele hospital lhe pertencesse. Alto, postura impecável, fato escuro perfeitamente ajustado ao corpo. Não parecia cansado, nem ansioso, nem deslocado. Parecia… no controlo absoluto de tudo. Os olhos dele encontraram os dela de imediato. Um olhar frio, calculista, que a percorreu dos pés à cabeça sem qualquer pudor. Lara sentiu-se exposta, avaliada, como se fosse um número numa folha de cálculos. Ele aproximou-se com passos firmes. — Lara Almeida — disse, num tom seguro. — Finalmente. A voz era grave. Demasiado confiante. — Desculpe… — respondeu ela, instintivamente na defensiva. — Eu não o conheço. — Conhece o problema — corrigiu ele, parando a poucos centímetros de distância. — E eu sou a solução. Lara engoliu em seco. — Quem é você? — Rafael Monteiro. O nome não lhe dizia nada, mas a forma como o médico se afastou discretamente disse-lhe tudo. Aquele homem tinha poder. Muito mais do que ela imaginava. — Não pedi ajuda a ninguém — disse Lara, tentando manter a compostura. Rafael inclinou ligeiramente a cabeça, como quem reconhece uma tentativa inútil. — Não pediu — concordou. — Mas precisa. — Preciso de dinheiro, não de… — Lara fez um gesto vago — estranhos com ar de salvadores. Os lábios dele curvaram-se num sorriso mínimo. Frio. Calculado. — O dinheiro não é um problema — afirmou. — Já tratei de tudo. O mundo pareceu inclinar-se. — Tudo? — repetiu ela, incrédula. — Como assim, tudo? — Tratamento. Internamento. Especialistas. — Aproximou-se mais um passo. — Não vai faltar nada. Lara sentiu um arrepio subir-lhe pela espinha. — Porquê? — perguntou. — Por que razão faria isso? Rafael manteve o olhar fixo no dela. — Porque preciso de si. Ela soltou uma gargalhada nervosa. — Isso não faz sentido nenhum. — Faz — respondeu ele, calmamente. — Só ainda não percebeu. — Então diga — desafiou ela. — O que quer em troca? O silêncio caiu entre os dois, pesado, sufocante. O som distante das máquinas parecia agora mais alto. Rafael inclinou-se ligeiramente, aproximando o rosto do dela. A voz baixou, firme, sem espaço para dúvidas. — Quero que case comigo. Lara sentiu o chão desaparecer sob os pés. — O quê?! — exclamou, dando um passo atrás. — Isso é doentio! — Não — corrigiu ele, sem se alterar. — É um acordo. — Eu não me vendo — disse ela, com a voz trémula. — E muito menos me caso com um desconhecido. Rafael observou-a durante alguns segundos, como se estivesse a avaliar cada reação. — Não é um casamento por amor — explicou. — É um contrato. Com regras claras. Limites definidos. Duração determinada. — Não me interessa — respondeu Lara, sentindo os olhos arderem. — Prefiro… prefiro arranjar outra solução. O sorriso dele desapareceu. — Não há outra solução. — Há sempre uma escolha! — rebateu ela. Rafael deu mais um passo, encurtando novamente a distância. — Não, Lara — disse, num tom baixo e firme. — Há momentos em que as escolhas acabam. Ela sentiu o pânico apertar-lhe o peito. — Eu nunca aceitaria isso. Rafael inclinou-se, a voz quase um sussurro gelado: — Ainda não percebeu. Ela ergueu o olhar, o coração a bater descontrolado. — O quê? — Isto não é uma proposta — afirmou. — É a única saída.CAPÍTULO 20 — SOMBRAS E AMEAÇASA noite caía sobre a cidade como um manto pesado. As luzes refletiam nas ruas molhadas pela chuva recente, criando um cenário quase cinematográfico. Lara estava em casa, sozinha, revisando papéis da clínica privada da mãe — não por curiosidade profissional, mas para garantir que cada detalhe do tratamento estava correto. A tensão da reunião ainda pesava nos ombros dela como se fosse chumbo.O telefone tocou. Um número desconhecido.— Lara? — a voz era masculina, calma, quase sedutora. Mas havia algo de cortante por trás de cada sílaba. — Não se assuste. Meu nome é Henrique.O sangue gelou-lhe nas veias. Ele? Como obteve o número dela? O simples fato de falar assim, tão próximo mesmo à distância, fez com que todos os instintos de sobrevivência se acenderem.— Henrique… o que quer? — conseguiu perguntar, controlando o tremor na voz.— Quero que saiba que nada do que aconteceu na reunião foi coincidência — disse ele. — Sei exatamente onde colocar pressão.
CAPÍTULO 19 — O INIMIGO COM ROSTO FAMILIARO edifício da Montenegro Holdings erguia-se no centro da cidade como um monumento ao poder. Vidros escuros, linhas perfeitas, segurança apertada. Para o mundo, era apenas mais uma sede empresarial de luxo. Para Rafael, era um campo de batalha.O carro parou na entrada principal.— Não precisas de sair comigo — disse ele, antes de abrir a porta. — Posso mandar alguém levar-te de volta.Lara pousou a mão no braço dele.— Não. — Olhou-o com firmeza. — Se vou estar neste jogo, não fico escondida.Rafael observou-a por um segundo mais longo do que o habitual. Havia algo novo nela. Não era coragem inconsciente — era decisão.— Então mantém-te sempre ao meu lado — disse ele. — E fala apenas quando eu disser.— Como sempre — respondeu ela, num tom calmo, mas carregado de ironia.Entraram juntos.O átrio estava cheio de executivos, advogados e membros do conselho. O ambiente era tenso, quase elétrico. Conversas baixas cessavam à medida que Rafael avan
CAPÍTULO 18— O PREÇO DO SILÊNCIO O som do motor era constante, quase hipnótico, enquanto o carro avançava pela estrada ainda húmida da madrugada. Lara observava a paisagem pela janela, mas não via nada. A mente estava presa ao mesmo lugar desde a noite anterior: o quarto branco do hospital, o cheiro a desinfetante, o corpo frágil da mãe ligado a máquinas que pareciam decidir o tempo em vez dela. — Já estamos perto — disse o motorista, com a voz baixa, respeitosa. Lara assentiu sem responder. As mãos estavam entrelaçadas no colo, frias, apesar do aquecimento ligado. Vestia roupas simples, muito diferentes da imagem pública que agora carregava. Esposa de um dos homens mais poderosos do país… e, ainda assim, filha desesperada de uma mulher que podia não sobreviver. O carro parou em frente à clínica privada. Era um edifício moderno, discreto, rodeado por árvores altas e segurança à porta. Nada ali gritava luxo, mas tudo transmitia controlo. Rafael não fazia nada sem garantir dom
Capítulo 17 — O Preço da Verdade A manhã avançou com uma falsa sensação de normalidade. Lara percebeu isso ainda antes de sair da cama. Não era paz — era o silêncio antes da queda. A mansão parecia funcionar como sempre: empregados discretos, passos controlados, vozes baixas. Mas algo tinha mudado. Ela sentia-o na forma como os seguranças se posicionavam, no olhar atento de Helena, na tensão invisível que parecia agarrar-se às paredes. Rafael vestia-se em silêncio, junto ao closet. Cada movimento era preciso, quase militar. — Vais sair hoje — disse ele, sem olhar para ela. — Mas não sozinha. — Já não sou feita de vidro — respondeu Lara, sentando-se na cama. — Não — concordou Rafael. — És o alvo. Ela levantou-se lentamente. — Então não me escondas. Usa-me. Rafael virou-se de imediato. — Nunca. — Não estou a pedir para ser isco — disse ela. — Estou a pedir para não ser tratada como um segredo. O olhar dele fixou-se nela durante longos segundos. Depois suspirou, p
Capítulo 16— Quando o Amor Perde o Medo A luz da madrugada entrava timidamente pelas cortinas quando Lara abriu os olhos. Durante alguns segundos, não se mexeu. Limitou-se a respirar, sentindo o peso quente de um braço sobre a sua cintura, a presença firme atrás de si, o ritmo calmo de uma respiração que não era a sua. Rafael. A realidade voltou devagar, como se o corpo ainda estivesse a confirmar que aquilo não era um sonho. A noite anterior não tinha sido apenas desejo — tinha sido escolha. Tinha sido um ponto sem retorno. Ela mexeu-se ligeiramente, e o braço dele apertou-se de forma instintiva, protetora. — Já acordaste — murmurou Rafael, a voz rouca, ainda carregada de sono. — Há algum tempo — confessou ela. — Estava a pensar. — Isso nunca é bom sinal — disse ele, num tom leve, mas não se afastou. Lara virou-se devagar para o encarar. O rosto dele estava diferente. Sem a armadura. Sem o CEO. Apenas um homem cansado, exposto… real. — Ontem à noite — começou ela
Capítulo 15 — O Que Foi Assinado em SilêncioA porta do quarto fechou-se atrás deles com um som seco, definitivo.Lara ficou parada no centro do espaço amplo, sentindo o coração bater-lhe nos ouvidos. O quarto de Rafael não era apenas um quarto — era uma extensão dele: linhas sóbrias, cores escuras, poucas concessões ao conforto emocional. Tudo ali falava de controlo.E agora, ela estava ali por escolha própria.Rafael permaneceu junto à porta durante alguns segundos, como se lhe desse espaço para mudar de ideia. O olhar dele estava mais escuro do que nunca, carregado de algo que Lara ainda não sabia nomear por completo.— Tens a certeza? — perguntou ele, finalmente, num tom baixo, sem imposição.Ela virou-se devagar para o encarar.— Se eu disser sim agora — respondeu —, não é por contrato. Não é por medo. É porque eu quero.Rafael aproximou-se um passo.— E se disseres não, eu paro.Essa frase caiu como um peso… e como um alívio.Lara respirou fundo.— Não digas isso como se fosse f





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