64. EPÍLOGO – O SILÊNCIO ANTES DA TEMPESTADE
O vento frio de Seattle varria a varanda envidraçada do apartamento de Miguel e Deise, trazendo consigo a sensação de que algo invisível rondava o ar. Um ano havia se passado desde a prisão de Roberto Duarte, e a vida deles parecia enfim ter encontrado um raro equilíbrio. As manhãs eram preenchidas com risos, os fins de tarde com longos passeios à beira-mar, e as noites com a paz de um amor consolidado.
Mas tudo mudou no exato dia em que Deise, com lágrimas de emoção e mãos trêmulas, revelou a Miguel a notícia que ambos sonhavam: ela estava grávida. A promessa de uma nova vida, de um recomeço pleno, parecia selar o destino de ambos. Porém, no mesmo instante em que a esperança brotou, a escuridão voltou a rondar.
Primeiro, foi um incêndio repentino em um dos hospitais administrados pela empresa. Depois, um acidente de carro inexplicável que quase custou a vida de Miguel numa estrada vazia, onde os freios do veículo simplesmente falharam. Em seguida, relatórios falsificados, movimentaçõ