61. REENCONTRANDO DEISE
Na manhã seguinte, a cidade ainda acordava sob uma névoa fria quando Miguel e Telles saíram de casa. O céu estava encoberto, refletindo o peso que Miguel carregava no peito. Ele praticamente não havia pregado os olhos. Durante toda a noite, a imagem de Deise desaparecendo diante dele, envolta em mistério e perigo, o perseguira como um fantasma implacável.
No banco do passageiro, Telles observava o amigo com discrição. O silêncio entre eles era denso, quebrado apenas pelo som abafado do motor do carro e o ocasional suspiro de Miguel, que parecia lutar para manter a calma.
Ao chegarem ao prédio do FBI Seattle Division, foram recebidos por um ar de formalidade e urgência. Uma mulher alta, de cabelos presos em um coque impecável e terno escuro, os aguardava logo na entrada.
— Senhor Euler, esses homens são do caso Duarte — disse ela ao abrir a porta para um corredor interno.
Do outro lado, o agente Kutt Euler aguardava. Era um homem de expressão severa, cabelos grisalhos bem cortados e ol