24. OH! MALDITO SONHO!
Era uma noite abafada de verão. O calor parecia colar nas paredes da casa e tornar o ar mais denso, quase como se o próprio ambiente soubesse que algo estava para acontecer. Deise, porém, não se importava. Por dentro, o coração estava leve, aquecido pela esperança de um futuro que finalmente se mostrava possível, lhe restava apenas alguns dias e ela acreditava que de alguma forma ficaria livre daquele casamento.
Ela havia jantado cedo, trocado algumas palavras com Maria e, sem esperar por Lucas — que ainda não havia chegado —, subiu para o quarto. Estava exausta, mas estranhamente em paz. As promessas de um novo começo ao lado de Miguel pulsavam em sua mente como uma melodia doce. Vestiu uma camisola leve e fresca, apagou as luzes e, assim que se deitou, foi tomada por um sono profundo.
Logo os sonhos a envolveram, suaves e ardentes como o toque de quem se ama. Nele, Miguel surgia à sua frente, sorrindo. Seus olhos brilhavam com ternura e desejo. Ele se aproximava lentamente, com aque