Ozil
O som do fecho da mala ecoava no corredor silencioso quando subi os degraus em direção ao quarto de hóspedes. Algo em meu peito apertava. Eu sentia... não sei explicar. Como se algo estivesse prestes a me ser tirado, mesmo que eu não soubesse exatamente o quê.
Meus passos cessaram ao chegar à porta entreaberta.
E foi então que vi, Alana, minha esposa, nos braços doutro homem, não um outro qualquer, era o homem que ele mesmo levei para minha casa. Rosnei baixo.
Seus lábios estavam colados aos dela como se o tempo tivesse parado ali. A intensidade, a entrega, a dor e a saudade estampadas naquele beijo fizeram meu sangue ferver. Não foi só um beijo. Foi tudo o que ela me negara desde o dia em que trocamos alianças. E ela estava ali... entregue, desejando outro.
Engoli a dor como se fosse veneno. A raiva me consumia por dentro. Mas não deixei transparecer nada além do silêncio gelado da decepção.
Sem dizer uma única palavra, dei as costas e caminhei em direção ao meu quar