Beatriz
Desde o momento em que aquele lobo apareceu na porta de Ozil, ensanguentado e quase morto, eu soube que ele traria problemas. Matthew. Bastou o nome ser pronunciado para que o alerta dentro de mim acendesse. O modo como Alana empalideceu, como seus olhos pareceram mergulhar em um mar de memórias dolorosas, foi o suficiente para que eu soubesse: ele era a fraqueza dela.
E toda fraqueza podia ser explorada.
Nos dias que se seguiram, acompanhei de perto a recuperação dele. Disfarçava bem, claro. Me oferecia para ajudar, trazia comida, preparava chás e me sentava ao lado de Ozil, como uma boa amiga faria. Mas por dentro, eu estava armando cada peça. O plano sempre foi simples: mostrar a Ozil o quanto Alana era inconstante. Mostrar a ele que ela ainda amava outro homem.
Matthew, por sua vez, não facilitava. Ele era intenso, mesmo enfraquecido. Seus olhos seguiam Alana como um imã, e ela, apesar de fingir, correspondia. Aquele pequeno beijo que trocaram na varanda, eu vi. Eu