Felipe é um homem de presença marcante: alto, atlético, cabelos castanho-claros com um leve brilho dourado e olhos verdes que parecem enxergar tudo ao seu redor. Empresário de sucesso e líder nato, ele é confiante, implacável e tem uma aura que mistura poder e mistério. Alice, por outro lado, é doce e sensível, com longos cabelos castanhos cacheados que refletem sua personalidade gentil e intensa. Quando os caminhos de Felipe e Alice se cruzam, eles se veem atraídos um pelo outro, mesmo que o mundo ao redor pareça conspirar contra essa união. Entre encontros inesperados, tensões silenciosas e momentos de vulnerabilidade, nasce uma conexão profunda, repleta de desejo, descobertas e desafios. Enquanto Felipe luta para conciliar seu lado autoritário e controlador com sentimentos que não sabia que tinha, Alice precisa encontrar coragem para se abrir para alguém que parece impossível de ser alcançado. A história é uma mistura de romance intenso e drama emocional, onde atração, conflitos e paixão se entrelaçam, mostrando que até os corações mais fortes podem se render ao amor quando encontram a pessoa certa.
Ler maisA manhã seguinte amanheceu nublada — uma névoa fria cobria a cidade de Chicago, o tipo de dia em que até o sol parecia hesitar. Alice saiu de casa com o coração acelerado, mas a cabeça erguida. Vestia jeans, uma jaqueta clara e um olhar sereno que disfarçava o turbilhão por dentro. Carlos seguia logo atrás, discreto, enquanto outro carro com seguranças a acompanhava a distância. Felipe ainda tentava conter o caos que se espalhava pela imprensa. Mesmo com toda a sua influência, a enxurrada de matérias parecia impossível de conter. O império Orsine estava sob os holofotes. E, no centro de tudo, o rosto sereno de Alice. A universidade fervilhava. O campus parecia mais cheio do que o normal. Alice percebeu os olhares assim que atravessou os portões. Cochichos, risadas abafadas, celulares apontados. O ar tinha o peso do julgamento. — É ela? — A “amante” do bilionário? — Como alguém assim…? As palavras cortavam como lâminas invisíveis. Alice manteve o passo firme,
As três semanas que se seguiram ao jantar na casa dos Orsine transcorreram em uma harmonia quase improvável. Era como se o universo tivesse finalmente concedido a Felipe e Alice um breve respiro, uma trégua antes da próxima batalha. A matilha, antes desconfiada, começou a se render à nova realidade. Felipe, com sua calma firme e autoridade natural, reuniu os líderes, um a um, e os lembrou do que haviam construído juntos. “Vocês confiaram em mim quando tudo parecia ruir”, dissera ele. “E eu os levei mais longe do que qualquer outro Alfa antes. Agora, peço apenas que confiem de novo.” As palavras surtiram efeito. Os lobos o respeitavam, mas mais que isso, o temiam e o admiravam. E quando viram Alice ao seu lado, perceberam que ela não o diminuía. Pelo contrário. O brilho nos olhos dele, o tom sereno, a clareza de suas decisões… tudo indicava que ela o tornava mais forte. Mesmo os mais antigos começaram a se curvar diante do inevitável. Uma humana poderia até parecer improvável c
O portão de ferro da antiga propriedade Orsine se abriu lentamente, e os faróis do carro iluminaram o pátio de pedras. A casa da matilha se erguia imponente sob o crepúsculo, uma fusão perfeita entre tradição e poder. As colunas altas, as janelas amplas e o brasão prateado sobre a entrada traziam uma imponência silenciosa, um lembrete de que ali vivia uma linhagem que governava havia séculos. Alice observava tudo pela janela. O ar parecia diferente — mais denso, carregado de energia. Era como se aquele lugar pulsasse com a presença de histórias antigas e da força de todos que vieram antes. Felipe parou o carro, desligou o motor e virou-se para ela. — Está tudo bem? Ela assentiu, com um sorriso contido. — Está. Só parece… vivo demais. Ele sorriu de leve, com aquele olhar que parecia sempre compreender o que ela não dizia. — É. A casa da matilha sente tudo. Alice respirou fundo e, quando ele abriu a porta, o ar frio da noite misturou-se ao perfume dele. O coração d
O relógio marcava 16h58 quando o som grave do motor do carro de Felipe cortou o silêncio da estrada que levava à casa. O céu começava a tingir-se de um dourado suave, e o vento frio trazia consigo o cheiro de chuva distante. Felipe manteve as mãos firmes no volante, mas o pensamento distante. Desde o instante em que deixara o Conselho, o nome dela pulsava em sua mente como um eco — suave, constante, inevitável. Alice. O lobo dentro dele se agitava, impaciente. Zurkh nunca fora paciente, e agora, depois do elo, parecia ainda mais inquieto. “Ela nos espera.” “Eu sei.” Assim que o portão se abriu, ele sentiu. O cheiro doce de baunilha pairava no ar, familiar, viciante. Seu corpo reagiu antes mesmo que pudesse conter o impulso. O coração acelerou, o sangue ferveu sob a pele. Felipe subiu os degraus da escada sem fazer ruído. O som das botas sobre o piso de madeira era quase imperceptível, mas o ritmo firme denunciava a urgência em cada passo. A porta do quarto esta
O relógio do painel marcava 14h07 quando o carro deixou o prédio do Conselho para trás. Felipe encostou a cabeça no apoio, o olhar fixo no nada. O silêncio dentro do veículo era espesso, carregado do tipo de tensão que antecede uma tempestade. André entrou logo atrás dele, fechando a porta com calma. Sentou-se ao lado, no banco de trás, e o motorista iniciou o trajeto. Do lado de fora, o vento cortava o asfalto úmido. Do lado de dentro, apenas o ruído surdo do motor preenchia o espaço entre dois homens que acabavam de desafiar séculos de tradição. Felipe respirou fundo, tentando dissipar o resto da energia que ainda vibrava em seu corpo desde o salão do Conselho. O lobo dentro dele ainda rugia — não de medo, mas de raiva contida. Alice. O simples pensamento do nome dela bastava para acalmar a fera. — Quer me contar o que acabou de fazer lá dentro? — perguntou André, quebrando o silêncio com um tom de incredulidade. Felipe o olhou de relance, depois desviou o olhar para a ja
O Salão da Lua era amplo e frio, iluminado apenas pela claridade prateada que atravessava o vitral circular do teto. O chão de mármore negro refletia a luz como um espelho líquido. Felipe entrou em silêncio, o som de suas botas ecoando firme pelo corredor, até o centro do salão. Doze anciões o aguardavam em um semicírculo de tronos entalhados. Eram velhos lobos, políticos e estrategistas, cada um mais acostumado a ser obedecido do que questionado. Felipe parou de frente para eles, as mãos cruzadas atrás das costas, o olhar frio. Ali não havia hesitação, nem culpa. Apenas um Alfa que sabia exatamente o peso de cada palavra que diria. — Alfa Orsine, — iniciou o ancião Eren de Vlaren, o mais respeitado entre eles. — Foi convocado por este Conselho para responder por suas ações. Felipe manteve o olhar fixo. — Estou ouvindo. — Chegou ao nosso conhecimento — continuou Eren — que o senhor revelou a verdade sobre nossa espécie a um humano. Isso é uma violação direta da Lei da Lua. F
Último capítulo