O nome fazia jus ao lugar. Nada ali era comum. Nem a iluminação suave das arandelas douradas que se espalhavam pelas paredes de veludo escuro, nem os sussurros abafados entre os frequentadores mascarados, e muito menos os olhares carregados de promessas silenciosas que cortavam o salão feito lâminas sutis.Era um santuário de dominação, de entrega. Um lugar onde a verdade se vestia de silêncio e o desejo se manifestava em gestos calculados, olhares prolongados, comandos murmurados no escuro.Sophia desceu do carro com o coração acelerado, as pernas levemente trêmulas sob o tecido macio do vestido preto justo, que abraçava seu corpo como uma segunda pele. Um corte profundo nas costas revelava mais do que escondia. Era provocante, elegante, feito para seduzir sem dizer uma palavra.E ali estava ele.Giovanni Bianchi.Esperando por ela logo na entrada do clube, impecável em um terno negro de alfaiataria italiana. A camisa era de um tom grafite escuro, sem gravata, o colarinho aberto no
No quarto Privado do ClubeGiovanni fechou a porta atrás de si, com Sophia em seus braços. O quarto era amplo, minimalista, com paredes em tom vinho escuro e uma única cama de lençóis negros. Luzes suaves pendiam do teto, lançando reflexos dourados sobre a pele dela, que ainda tremia com os resquícios da submissão.Ele a colocou em pé, de frente para ele. Os olhos dele a devoravam com lentidão, como se quisesse memorizar cada curva, cada sinal, cada ponto onde sua boca ainda não havia tocado.— Tira tudo — disse, com a voz rouca de desejo.Sophia deslizou a peça íntima pelas pernas, ficando completamente nua diante dele. Seu corpo exalava calor, sua respiração estava irregular, seus olhos estavam marejados de tensão e excitação.Giovanni se aproximou com uma calma predadora. Levou a mão ao queixo dela e ergueu seu rosto. Depois, lentamente, se ajoelhou. Os olhos dele ficaram à altura do ventre dela.— Hoje… eu te venero — murmurou, quase num sussurro sacrílego.Com lábios famintos, e
A madrugada chegou envolta em um silêncio morno, o ar estava pesado com o cheiro do desejo de poucas horas, misturado com o calor ainda impregnado nos lençóis e nas paredes.Sophia dormia profundamente, o corpo nu parcialmente coberto pelo lençol, as marcas da noite anterior ainda visíveis em sua pele: mordidas, leves vermelhidões, o rastro do prazer.Giovanni, já desperto, a observava com intensidade silenciosa.Ela parecia mais frágil ali rendida não só pelo cansaço, mas pelo vínculo criado, mesmo sem palavras. A forma como ela se entregou, como o corpo dela reagia ao seu toque, como sua alma parecia gritar por ele sem emitir som algum.Ele se inclinou sobre ela devagar, como um predador em adoração à sua presa, e começou a beijá-la, primeiro o ombro, depois a curva do pescoço, o colo… desceu lentamente, saboreando cada parte como se ela fosse feita de mel e pecado.Quando chegou aos seios, os lábios o envolveram com vontade, a língua provocando, sugando, mordendo leve. Sophia gemeu
Sophia Romano O frio da madrugada a envolveu como um lençol de gelo, apertando sua pele sensível com dedos invisíveis. Mas, ao contrário do desconforto, ela acolheu aquele arrepio com uma espécie de alívio estranho. Era como se o mundo quisesse lhe dar um consolo, um sopro de lucidez depois de ter se perdido completamente nos braços de Giovanni.As portas do clube Black Room se fecharam atrás de si com um suspiro metálico. Ela saiu de lá como uma sombra, o corpo ainda em brasa, mas a alma mergulhada em silêncio.Depois de tudo o que haviam vivido naquela noite, depois da intensidade da entrega, do olhar dele escuro de desejo, da forma como a tocou como se ela fosse uma extensão do próprio corpo… Sophia imaginou que sairia ao lado dele, que Giovanni lhe estenderia a mão, ou mesmo que apenas a puxaria para si como sempre fazia, firme, inevitável.Mas não. Ele havia sumido.Desaparecido no corredor como uma fumaça espessa que se dissolve no vento. Sem palavras, sem um toque, sem sequer
O silêncio dentro do carro era ensurdecedor. Nenhuma palavra, nenhuma música. Apenas o ronco contínuo do motor e os pensamentos fervilhando na mente de Giovanni como uma tempestade prestes a explodir. O couro do assento rangia sob o peso de seu corpo tenso, enquanto os dedos tamborilavam no apoio de braço com uma impaciência que só aumentava.A raiva ainda estava ali, pulsando sob sua pele. Mas não era dela, era dele. Ele não deveria ter olhado para trás, mas olhou. Viu Sophia se afastando pelos corredores do clube, os passos apressados, o sobretudo apertado contra o corpo como uma armadura mal colocada. Os cabelos ainda emaranhados da madrugada de prazer. As marcas dele ainda estão frescas na sua pele.E ali, por um instante, algo dentro dele cedeu. Trincou e isso o deixou furioso.Maldita seja.Maldito seja você, Giovanni.A lembrança dela em seus braços o torturava. O jeito como gemeu seu nome, como o corpo dela se curvava de prazer, como se moldava ao seu ritmo. O olhar úmido e p
O sol refletia nas águas cristalinas da piscina, e o ar morno da manhã trazia o cheiro familiar de protetor solar e folhas molhadas. O clube estava tranquilo, ainda cedo demais para a multidão que costumava preencher o local nos fins de semana. Sophia sentou-se na espreguiçadeira com um chapéu largo escondendo o rosto e óculos escuros cobrindo os olhos cansados. O maiô preto realçava suas curvas, mas a postura retraída deixava claro que ela não estava ali para se exibir. Estava tentando respirar.Ao lado dela, Amélia, sua melhor amiga, ajustava a toalha sobre o colo enquanto observava as duas meninas na beira da piscina.— Cuidado com os pés, Ângela! — alertou, com um tom mais carinhoso do que sério.Hanna e Ângela, ambas com cinco anos, riam como se o mundo fosse feito apenas de alegria e espuma de piscina. As duas usavam maiôs coloridos, com personagens de desenho animado, e chapéus de abas largas que balançavam a cada pulo desajeitado.— Eu sou uma sereia de verdade! — disse Hanna,
O apartamento de Giovanni estava mergulhado em um silêncio absoluto, como se cada parede compartilhasse de seu vazio. A única coisa que se movia era o gelo, derretendo devagar no fundo de um copo de cristal, deixando pequenas rachaduras sonoras no silêncio imóvel.Giovanni andava pela sala com a precisão de um homem que já havia transformado o ato de viver em um mecanismo automático. A camisa social preta se moldava ao corpo como uma armadura. O relógio de ouro ajustado ao pulso. Os cabelos penteados para trás, sem um fio fora do lugar. O rosto… inexpressivo. Polido. Indiferente.Ele não havia dormido, mas isso não era novo.Pensar em Sophia era algo que ele não se permitia mais. Tinha transformado sua ausência em uma ferida aberta que escondia sob roupas caras e expressões controladas. Cada parte do homem vulnerável havia sido trancada a sete chaves.Agora, só existia Giovanni Bianchi, o implacável, o dominador, o impiedoso, o estrategista que só conhecia números e poder e que havia
Salão de reuniões – Torre Bianchi – Andar 44O ambiente era impecavelmente refinado, silencioso, quase clínico.As paredes envidraçadas deixavam passar apenas a penumbra difusa da cidade, filtrada pelos vidros escurecidos. A mesa de mármore negro, extensa e imponente, refletia sutilmente a iluminação indireta do teto. Cada detalhe era milimetricamente calculado, desde os quadros discretos de arte moderna até o aroma suave de cedro que pairava no ar.Giovanni Bianchi estava sentado na cabeceira da mesa como se fosse parte do mobiliário. Estático, preciso, quase escultórico.Seu terno cinza-escuro era talhado para o poder. As abotoaduras de ouro brilhavam discretamente sob a luz. O cabelo, impecável, o rosto, frio, os olhos, atentos e vazios, como vidro à prova de sentimentos.Do outro lado da mesa, quatro executivos japoneses o observavam com reverência discreta. Movimentos comedidos, expressões neutras. Eram homens acostumados ao respeito e à hierarquia. E Giovanni, para eles, era um