O apartamento de Giovanni estava mergulhado em um silêncio absoluto, como se cada parede compartilhasse de seu vazio. A única coisa que se movia era o gelo, derretendo devagar no fundo de um copo de cristal, deixando pequenas rachaduras sonoras no silêncio imóvel.
Giovanni andava pela sala com a precisão de um homem que já havia transformado o ato de viver em um mecanismo automático. A camisa social preta se moldava ao corpo como uma armadura. O relógio de ouro ajustado ao pulso. Os cabelos penteados para trás, sem um fio fora do lugar. O rosto… inexpressivo. Polido. Indiferente.
Ele não havia dormido, mas isso não era novo.
Pensar em Sophia era algo que ele não se permitia mais. Tinha transformado sua ausência em uma ferida aberta que escondia sob roupas caras e expressões controladas. Cada parte do homem vulnerável havia sido trancada a sete chaves.
Agora, só existia Giovanni Bianchi, o implacável, o dominador, o impiedoso, o estrategista que só conhecia números e poder e que havia