O quarto estava mergulhado em um silêncio que não era apenas físico era emocional.
O sol ainda não havia nascido por completo. Um feixe tímido de luz dourada atravessava as frestas das cortinas pesadas, traçando linhas tênues sobre os lençóis desalinhados, sobre as roupas jogadas no chão, sobre a pele exposta e suada de corpos que, poucas horas antes, se entrelaçaram como se fossem um só.
Giovanni estava sentado à beira da cama, ainda nu, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos entrelaçadas diante do rosto.
Não se movia, não falava.
Observava o próprio reflexo no espelho diante dele, o mesmo homem de sempre, mas com algo diferente nos olhos. Como se, pela primeira vez em muito tempo, ele não conseguisse se reconhecer completamente.
Atrás dele, Sophia dormia, ou fingia que dormia.
Seu corpo estava parcialmente coberto pelo lençol, a respiração ritmada, os cabelos bagunçados sobre o travesseiro.
Ela parecia em paz e isso o incomodava, porque a paz dela, batia com a guerra dele.