Sophia Romano
O frio da madrugada a envolveu como um lençol de gelo, apertando sua pele sensível com dedos invisíveis. Mas, ao contrário do desconforto, ela acolheu aquele arrepio com uma espécie de alívio estranho. Era como se o mundo quisesse lhe dar um consolo, um sopro de lucidez depois de ter se perdido completamente nos braços de Giovanni.
As portas do clube Black Room se fecharam atrás de si com um suspiro metálico. Ela saiu de lá como uma sombra, o corpo ainda em brasa, mas a alma mergulhada em silêncio.
Depois de tudo o que haviam vivido naquela noite, depois da intensidade da entrega, do olhar dele escuro de desejo, da forma como a tocou como se ela fosse uma extensão do próprio corpo… Sophia imaginou que sairia ao lado dele, que Giovanni lhe estenderia a mão, ou mesmo que apenas a puxaria para si como sempre fazia, firme, inevitável.
Mas não. Ele havia sumido.
Desaparecido no corredor como uma fumaça espessa que se dissolve no vento. Sem palavras, sem um toque, sem sequer