O quarto estava silencioso, banhado pela luz suave da tarde. Isadora estava deitada de lado, uma das mãos repousando sobre a barriga enquanto a outra deslizava pela tela do celular. Tentava, sem sucesso, distrair a mente do caos recente.
No meio da rolagem, um toque acidental: curtiu uma foto de Bia, uma montagem tosca e engraçada com a legenda “essa sou eu esperando minha vida mudar sem sair do lugar”.
Dois segundos depois, a notificação apareceu:
Bia Montenegro: Isa? Socorro, você curtiu aquilo ou tá viva mesmo?
Isadora deu um sorriso de verdade, um que fazia tempo que não escapava. Respondeu:
Oi, foi sem querer… mas tô viva.
A conversa fluiu com facilidade inesperada.
Bia: Ainda lembro da faculdade. Das fofocas nos corredores. Dos nossos planos de dominar o mundo e falhar com estilo.
Isadora: Ainda lembro do nosso código pra fugir de professor chato.
Bia: E dos cafés que a gente dividia quando o dinheiro era só uma ilusão bonita.
A leveza do momento fez Isadora se esquecer, por um