Matteo encarou o Dr. Álvaro como se pudesse espremer dele um destino diferente.
— O que quer dizer com “o bebê quer nascer”? — Sua voz era baixa, mas carregada de ameaça contida.
— Significa que o corpo dela entrou em trabalho de parto. Forçado. E rápido demais — explicou Álvaro, com a calma de quem já lidou com piores. — Precisamos fazer uma cesariana de emergência. Agora. Mas há riscos. Para ela e para o bebê.
Matteo prendeu a respiração.
— Quais riscos? Fala claro.
Álvaro ergueu os olhos do tablet que carregava.
— Se houver hemorragia interna, ela pode não resistir. E o bebê está pequeno demais. O batimento está fraco. Vamos fazer tudo que pudermos. Mas… você precisa autorizar.
Matteo pegou o tablet que o médico estendia. Seus olhos correram pelas linhas ali exibidas, mas pararam em uma parte que o fez empalidecer ainda mais: “risco de óbito materno e fetal”.
O mundo pareceu congelar ali. O som dos passos, das vozes, tudo virou eco. Por um segundo, Matteo olhou para as próprias mão