O vento noturno cortava as laterais do prédio como navalha. Matteo, com Isadora nos braços, seguia atrás de Alessandra, que mancava visivelmente, mas não parava. A cada passo, ela soltava um gemido abafado, mas os olhos estavam fixos na próxima saída: uma garagem de apoio nos fundos, reservada para fornecedores.
O pátio estava parcialmente iluminado por refletores de emergência. Matteo vasculhava o espaço com olhar tenso. Não podiam esperar. Ela não aguentaria.
Foi quando a porta lateral se abriu com um tranco. Rocco surgiu, o rosto e a camisa manchados de sangue, a arma ainda na mão. Os olhos selvagens se suavizaram ao ver Alessandra e Matteo vivos. Atrás dele, com passos mais lentos, veio Magdalena Vilentini. Matteo a encarou, a desconfiança acendendo de imediato. Mas não disse nada.
— Ajuda aqui — ordenou Matteo.
Rocco se aproximou, e foi só quando chegou mais perto que Matteo notou a mancha crescente no ombro dele.
— Droga, Rocco, você foi atingido?
— Depois a gente vê isso — murm