Naquela noite, Isadora estava sozinha no quarto. Sentada na beira da cama, observava a varanda da suíte, onde o jardim se estendia silencioso sob a iluminação amarelada dos postes. O quarto estava escuro, exceto pela luz do abajur ao lado da cama. Pegou o celular, desbloqueou a tela e encarou as manchetes mais uma vez, como se aquilo pudesse anestesiar a dor com o tempo.
Suspirou. Deixou o aparelho de lado e pegou um caderno encapado de couro no criado-mudo. Abriu em uma página em branco. Os dedos hesitaram com a caneta por alguns segundos antes de começar a escrever.
A porta se abriu sem aviso. Isadora rapidamente fechou o caderno e o escondeu sob uma almofada.
— Está escrevendo segredos? — perguntou Matteo, arqueando uma sobrancelha, curioso. Mas não insistiu. — Valentina vai ficar por aqui. O que acha disso?
Ele observou a ausência de reação dela, os olhos impassíveis como pedra.
— Ela precisa se preparar para o casamento, afinal. — acrescentou com desdém, os ombros rígidos como se