25: Cala a Boca e Sorria

O trajeto de volta da festa aconteceu sob um silêncio espesso. Dentro do carro, Isadora mantinha o rosto virado para a janela, tentando controlar a respiração e a vontade de sumir. Matteo, ao lado, estava calado, mas inquieto. O motor ronronava baixo, abafando o desconforto no ar.

— Está com fome? — ele perguntou, finalmente. — Não comeu nada.

Isadora virou o rosto devagar, os olhos cansados, feridos.

— Agora se preocupa? — disse, sem levantar a voz, mas com uma ironia tão afiada que o ar pareceu cortar.

Matteo não respondeu de imediato.

— Sei que foi difícil… Mas você agora é uma Bianchi. Precisa se acostumar.

Ela riu, amarga.

— Bianchi isso, Bianchi aquilo. Ser submissa, sorrir, aceitar… Eu só queria respeito. Mas nem quem me trouxe até aqui faz isso.

— Eu te protegi — disse ele, tentando manter o controle. — Fiz o necessário.

— Você me expôs — rebateu. — Me largou sozinha. Fez de mim um alvo. E ainda acha que tem o direito de me julgar?

— Também tenho coisas a fazer. Não posso esta
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