O trajeto de volta da festa aconteceu sob um silêncio espesso. Dentro do carro, Isadora mantinha o rosto virado para a janela, tentando controlar a respiração e a vontade de sumir. Matteo, ao lado, estava calado, mas inquieto. O motor ronronava baixo, abafando o desconforto no ar.
— Está com fome? — ele perguntou, finalmente. — Não comeu nada.
Isadora virou o rosto devagar, os olhos cansados, feridos.
— Agora se preocupa? — disse, sem levantar a voz, mas com uma ironia tão afiada que o ar pareceu cortar.
Matteo não respondeu de imediato.
— Sei que foi difícil… Mas você agora é uma Bianchi. Precisa se acostumar.
Ela riu, amarga.
— Bianchi isso, Bianchi aquilo. Ser submissa, sorrir, aceitar… Eu só queria respeito. Mas nem quem me trouxe até aqui faz isso.
— Eu te protegi — disse ele, tentando manter o controle. — Fiz o necessário.
— Você me expôs — rebateu. — Me largou sozinha. Fez de mim um alvo. E ainda acha que tem o direito de me julgar?
— Também tenho coisas a fazer. Não posso esta