Valentina deslizava pela casa com o ar de quem fingia colaborar. Estava na sala lateral, cercada por catálogos de decoração, amostras de tecido e sugestões de buffet, como se estivesse envolvida na organização do casamento. Os empregados passavam, e ela sempre encontrava uma desculpa para puxar conversa.
— Será que Matteo ama mesmo essa garota? Ou só sente culpa? — perguntou a uma das empregadas, com um sorriso casual, quase doce.
Pouco depois, na varanda:
— Sabem o que falam sobre o bebê dela, né? — disse, em tom baixo, a uma funcionária que só assentiu, desconfortável.
Mais tarde, no corredor:
— Você sabia que ela já foi apaixonada por um primo meu? — confidenciou a um jardineiro, como se compartilhasse uma fofoca antiga.
Foi nesse momento que Isadora passou. A frase chegou nítida aos seus ouvidos. Ela parou. As duas se encararam.
— Você está melhor — disse Valentina, com aquele falso ar amigável. — Mal dá pra notar o escândalo todo estampado no seu rosto.
— Fico feliz que se preocup