O quarto estava em silêncio tenso, cortado apenas pelo som das escovas e grampos. Duas funcionárias se moviam com eficiência ao redor de Isadora, penteando seu cabelo em um coque elegante e firme. O vestido escolhido era deslumbrante: preto com detalhes em dourado, de caimento impecável — mas desconfortável como uma armadura. No espelho, o reflexo que a encarava parecia o de uma atriz se preparando para o palco.
Matteo apareceu à porta sem anunciar. Estava pronto: terno escuro, impecável, o olhar frio escaneando cada detalhe dela.
— Vamos. Já estamos atrasados — disse, seco.
Isadora virou o rosto para ele, os olhos duros:
— Vamos fingir que somos um casal hoje também?
Matteo não respondeu. Estendeu o braço, um convite silencioso. Ela hesitou apenas um segundo antes de aceitar. O contato era gelado, ensaiado — e o clima entre eles parecia mais formal do que íntimo.
O carro os aguardava na entrada principal, os faróis cortando a penumbra do início da noite. Nenhum dos dois falou durante