Dois meses se passaram em um piscar de olhos alimentado a café e um amor inesgotável. Léo já não era mais o recém-nascido frágil, mas um bebê robusto, de olhos curiosos que seguiam cada movimento de seus pais com uma intensidade que era puro Dante. A casa na Vitória havia encontrado seu ritmo, uma sinfonia caótica de canções de ninar, chamadas de conferência internacionais e, ocasionalmente, o som distante e abafado de um martelo vindo do estúdio recém-concluído de Helena.
Eles eram uma equipe. Dante descobriu que era perfeitamente capaz de ditar os termos de uma fusão hostil com uma mão enquanto balançava um berço com a outra. Helena descobriu que a inspiração não desaparecia com a maternidade; ela apenas mudava de forma, tornando-se mais profunda, mais visceral.
Mas, à medida que a data da exposição em São Paulo se aproximava, uma nova e sutil tensão começou a se infiltrar na paz deles. A logística para transportar as três esculturas maciças era um pesadelo. A galeria precisava de f