Dois anos se passaram. Dois anos tecidos não com o fio da sobrevivência ou da batalha, mas com a seda da paz. O tempo, que antes fora um inimigo a ser vencido ou um prazo a ser cumprido, tornou-se um rio calmo no qual a família Alencar navegava.
Léo, agora um menino de dois anos com a energia de um furacão e os olhos sérios e observadores do pai, era o centro de gravidade do universo deles. A casa na Vitória, antes um símbolo de um futuro prometido, era agora um lar ruidoso e feliz, suas paredes brancas exibindo orgulhosamente as marcas de giz de cera de um artista em ascensão.
A oficina de Helena em Salvador era seu santuário, mas um santuário com as portas sempre abertas. Não era incomum encontrar Léo sentado em um canto com um pedaço de argila, imitando a mãe, enquanto Dante, em uma poltrona próxima, fechava um negócio de milhões de dólares em uma chamada de vídeo, o dedo nos lábios para sinalizar silêncio ao filho. A fusão de seus mundos estava completa, natural e lindamente caóti