Helena desceu os degraus de madeira que levavam à praia, sentindo-se absurdamente exposta. Ela não tinha trajes de banho, nem roupas de veraneio. Vestia a mesma roupa do dia anterior, o simples vestido preto que Carla lhe dera, agora amassado e inadequado sob o sol tropical. Era mais um lembrete de sua condição: ela não era uma convidada, era um item de bagagem, trazida para um propósito específico.A areia era branca e fina como açúcar, e seus pés afundaram nela. O sol da Bahia, já forte, aquecia seus ombros, e o oceano se estendia à sua frente, um tapete infinito de azul-turquesa e espuma branca. A praia era completamente deserta, uma faixa particular de paraíso reservada para eles. A beleza do lugar era tão avassaladora que chegava a ser cruel.Dante, ou "Leo", caminhava ao seu lado, mantendo uma distância respeitosa, mas Helena sentia sua presença como uma perturbação no ar. Ele havia trocado a camiseta por uma camisa de linho de mangas curtas, desabotoada no colarinho, revelando
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