Desde a infância, Tayla e Ryan eram inseparáveis, prometendo amizade eterna. Ela, a sonhadora que devorava Alice no País das Maravilhas; ele, o garoto gentil que vivia sob sorrisos fáceis. No entanto, uma surpresa de Tayla para Ryan se transformou na maior decepção de sua vida, destruindo o relacionamento, a amizade e os sonhos de um futuro juntos. Anos depois, Tayla se reinventou como a voz mais ousada da internet: "Alice no País dos Prazeres", um podcast onde ensina mulheres a encontrarem o prazer através do sexo, usando cada segredo íntimo que Ryan um dia lhe confiou. Ele, agora um modelo mundialmente famoso, não sabe que a mulher que arruína sua reputação com histórias anônimas é a mesma garota que um dia amou... E o magoou profundamente. Quando a falsa doença da vó Nona os obriga a voltar ao Rancho Palmer, eles se encontram como inimigos. Tayla carrega um segredo sob o nome de Lewis, seu filho de cinco anos. Ryan traz uma vingança pronta para ser servida. E no meio deles, um pingente de chave enferrujado, a única coisa capaz de abrir a porta do passado e fazê-los descobrir a verdade sobre o que realmente aconteceu naquela noite. Mas algumas portas, uma vez abertas, não podem mais ser fechadas.
Leer más- Eu sou seu amigo, portanto, lá vai a verdade – respirei fundo, pensando imediatamente em dizer “Foda-se que seus peitos são pequenos... Eu gosto deles”. Mas a conversa não era sobre os peitos dela. Ou melhor, tinham coisas mais importantes e que ela poderia “consertar” – Acho que posso sim dar um jeito nisto, mas precisa fazer algumas coisas...- Que coisas?- Sei lá... Peça umas dicas para a minha mãe, sobre como... Tirar... Os pêlos. – Fiquei sem jeito.- Que pêlos?- Dos... Joelhos! – Tentei não ser tão direto.- Meus pêlos dos joelhos lhe incomodam? – Me encarou.- Não, de forma alguma! Mas... Eu gosto de garotas... E quando procuro uma... Gosto que não tenham... Muitos pêlos. – Tentei usar-me como referência, incapaz de dizer o que Davis tinha me falado.Ela abaixou a cabeça, parecendo constrangida:- Minha mãe não gosta que eu os tire.- Você já está crescida. Talvez... Tenha que tomar suas próprias decisões... P
POV RYANNa hora de ir embora eu estava esperando Tayla quando Davis pôs o braço no meu ombro, me fazendo acompanhá-lo enquanto caminhava:- Venha embora com a gente.- Mas... Vocês não vão no ônibus escolar. – Aleguei.- Claro que não! Nós vamos caminhando e nos divertindo! – Ele piscou – E em breve meu pai vai me dar um carro e então estaremos motorizados. E adeus porra de ônibus da escola! – Vibrou.Olhei para trás. Sabia que Tayla ficaria me esperando. Mas se no intervalo ela percebeu que eu estava com eles, se atentaria ao fato de que talvez tivéssemos ido embora juntos. Ainda assim me senti estranho, como se estivesse fazendo algo errado.No fim, enquanto eu andava com eles pelas estradas de Solidão, me diverti. Falávamos sobre coisas de homens, o que Tayla não entendia. Um dos exemplos eram os palavr&otil
- Davis não é interessado em ninguém. – Falou de forma seca.- Todas as garotas são loucas por ele.- Inclusive você! – me olhou.- Inclusive eu! – Confirmei.- Eu irei na casa dele amanhã.- Você, na casa de Davis? – me surpreendi – Não sabia que vocês estavam tão amigos assim! Achei que ele pudesse ter se envolvido na sua briga só porque se conheciam da escola.- Como eu disse, tenho interesse na prima dele. – Repetiu.- Uma relação de interesses. Entendi! Até porque você não tem nada em comum com Davis Fahy!- No que eu não me pareço com ele? – Pareceu interessado.- Em tudo, Ryan! – me limitei a dizer, indo em direção à porta.- Ele vai dar uma festa. Os pais dele não estarão em casa.Voltei e o encare
Ryan suspirou:- Eu só quis ajudá-la – levantou os braços, com as mãos espalmadas, em tom de defesa – Mas se prefere se defender sozinha, tudo bem! – alterou a voz – Ele dava dois de você.- Ele não faria nada de errado comigo ali, no meio de todo mundo. Eu estava protegida.- Mas que porra! – Esbravejou.- Agora você fala palavrão?- E que mal há nisto?- Este não é você!- Eu cresci, “senhora do país das fantasias”! Sinto muito se não fez o mesmo!- Como se falar palavrões fosse sinônimo de crescer! – ri, com sarcasmo.- Porra! Porra! Porra! – Falou num tom provocante enquanto me olhava.Lembrei do que era a tal porra que ele falava e jamais entenderia porque diziam aquilo para reclamar de algo ou explanar indignação quando significava lit
Eu e Ryan estávamos dançando quando vi Davis e sua turma adiante, na pista de dança também. Então meus olhos não tiveram mais outro foco a não ser ele.Davis era forte, e embora só um pouco mais velho que Ryan, tinha um corpo de homem, com braços fortes e corpo musculoso. As tatuagens eram simplesmente perfeitas, chamando a atenção por onde ele passava. Os cabelos castanhos claros eram cortados num estilo diferente, nem curto, nem comprido, mas repicados. Geralmente estavam bagunçados, o que o deixava com um ar de “este homem será o maior pecado da minha vida”. Tinha a sobrancelha grossa e o nariz fino. A mandíbula era aparente e eu simplesmente amava homens que tinham a mandíbula daquele jeito, que quando riam ou falavam ela se movia de forma firme. Os lábios eram finos e, diferente de todos os outros garotos, ele tinha barba. Sempre usava roup
Sirena riu:- Lembrei daquela vez que ele cortou a sua boca.- Isto faz seis anos – não contive o riso – Fiquei uma semana de castigo.- E a outra vez? – ela questionou – Hum, lembrei! Quando vocês tinham quatro anos.- Não lembro de Nona ter contado para alguém. Era um segredo. – Estreitei os olhos, não me recordando de aquele episódio ter saído da fazenda Palmer.- Ela não contou para mamãe, mas eu fiquei sabendo.- E por que... Não contou para mamãe?- Porque eu não gosto muito de contar as coisas para ela.Nos encaramos e Sirena alisou meu rosto e deu-me um beijo na ponta do nariz:- Que seu ano seja maravilhoso, assim como todos os outros que virão – suspirou – Parece que foi ontem que você nasceu... Uma garotinha tão pequena que mal cabia nas roupinhas – sorriu &ndas
- É só... Um bolo! – o sorriso morreu nos lábios de minha irmã.- Não precisava ter gastado dinheiro com isto. Eu já tinha feito um para ela.- Mas não tem cobertura! – Aleguei.- Não gosto de comemorar aniversários e vocês sabem muito bem disto.- Pode... Deixar que comemoramos só nós. – Sirena disse com a voz fraca e minha mãe abriu a boca para revidar quando eu tentei amenizar:- Mãe, todas as garotas da escola têm festas grandiosas de aniversário. Não vamos brigar por causa de um bolo com cobertura, não é mesmo?- Eu... Vou querer o bolo que a senhora fez, dona Ursula. – Ryan sentou-se à mesa – Parece estar delicioso!Logo minha mãe deu um de seus raros sorrisos e pegou o bolo da janela, até esquecendo que estava quente. Quando minha irmã puxou
Aos dez anos tivemos a primeira noite na casa da árvore. Nosso primeiro beijo desastrado: dentes batendo, minha boca sangrando. Um castigo de uma semana sem nos vermos.Com onze anos sangrei enquanto íamos para o rio. Eu disse que o amava e me despedi, achando que estava morrendo. Ele me levou para casa no colo e me pôs na escadaria da casa grande da fazenda e rezou por mim. Daí a Nona me explicou que eu não estava morrendo, que tinha ficado mocinha. E minha mãe disse que eu poderia ter filhos e que não podia mais ficar andando para cima e para baixo com Ryan, porque ele poderia querer botar um bebê em mim. Fiquei alguns meses com raiva dele porque eu não queria ter um bebê. Ryan então deu um beijo em outra garota. E disse que ela sabia beijar de verdade. Lembro que chorei e ele alegou que a menina que era mocinha e não eu. No mês seguinte fingi um desmaio quando menstruei e disse a ele que eu estava morrendo de novo... Só que agora era de verdade. Daí voltamos a ficar amigos, porque
POV TAYLA- Mamãe?A voz de Lewis ecoou dentro do carro e meu corpo estremeceu como se aquele simples encontro de olhares pudesse definir meu futuro. E podia!Ryan e Lewis se encararam. Os mesmos olhos. O mesmo azul gélido, a mesma intensidade, até a forma idêntica de estreitá-los diante da dúvida. Era como assistir a um espelho do passado refletido no presente. Eles se analisavam em silêncio, mentes aceleradas, perguntas não ditas pairando entre eles.Meu coração disparou. Minhas pernas ameaçaram ceder e me apoiei na porta do carro, desesperada.Por quanto tempo eu sonhei com aquilo? Um menino chamado Lewis, com os olhos de Ryan. Um futuro que planejamos juntos, cheio de promessas ingênuas: "Teremos um Lewis e uma Alice, e eles vão adorar o Rancho Palmer, assim como nós. Nas noites de verão, dormiremos todos na casa da árvore e contaremos histórias até tarde."Eu tive Lewis. Mas a certeza de que Ryan era o pai? Não, eu não tinha!E agora, diante dos dois, o medo me consumia. Se Ryan