Inaya foi criada dentro da religião e dos costumes, preparada desde cedo para ser uma boa esposa. Ela sonhava em seguir os planos de sua família, mas após ter um noivado desfeito, ficou mal falada. Sem muitas opções, aceitou se casar com Mounir, um CEO que não desejava se casar e sugeriu que fizessem um acordo, casando-se por contrato apenas para agradar suas famílias.
Ler maisEle percebeu, ficou sério desconcertado — Você precisa comer. Não se comporte, como uma menina mimada.— Tudo tem limites, e a minha paciência também Inaya. — Você é uma mulher, se comporte como. Ela não se conteve, apontou o celular dele — Você tem mesmo limites? Ham?— Quem está te mandando mensagens?— Você já se casou? — Chega de mentir pra mim. Alá vai te castigar!— Eu mereço saber a verdade Mounir, porque ninguém foi me visitar?— Ninguém fala mais comigo. A serpente da sua irmã, te fez casar, não é?— Eu quero saber o que está acontecendo. Pegou o celular irritada — Não vai mostrar, eu vou ver. — Vou contar tudo o que passei com a sua família, para a sua Dounia preciosa. Ele tomou o celular da mão dela, alterado — La! Eu não mexo nas suas coisas, não tem o direito, de mexer nas minhas.Se levantou bravo—
Ela dirigiu-se ao banheiro para se trocar, recebeu alta, várias recomendações médicas, atencioso, ele ouviu a tudo atento.Foram sem conversar, quando chegaram do hospital e ele demonstrou uma gentileza atípica, carregando a mala dela e abrindo a porta do carro com cuidado, ela ficou muito desconfiada.Ele sorria discretamente, nutrindo a esperança de que a imponência da nova mansão pudesse finalmente derreter a resistência de Inaya. Mounir, em seus pensamentos, acreditava que a agradaria facilmente, talvez esquecendo o quanto ela se esforçou, por eles, apesar de suas migalhas e indiferença. Seus planos agora eram firmes, reconquistá-la genuinamente e se casar novamente.No entanto ao chegarem ao condomínio, ela só pensou no sumiço da cunhada, ficou apreensiva, a seriedade e a impaciência de Mounir eram evidentes. Inaya ficou genuinamente surpresa com a grandiosidade da casa, algo que nunca havia presenciado de perto, ele desceu do carr
Ele a olhou sério, começando a se irritar — Nada, se quer morar aqui mesmo, é só falar.— Sua família está triste, mas vão te aceitar.— A minha palavra, vale um escrito, quero me redimir com você. — Juro por Alá, que não vou mais brigar ou te deixar insegura.Ela não estava acreditando, o olhou nos olhos — Sei, sei. Então, vai deixar a sua noiva?Ele balançou a cabeça que não sério — La! Já dei a minha palavra, nada vai mudar, entre nós dois. — Você tem um mundo de oportunidades, pela frente.Ela ficou emotiva, abaixou o olhar — Realmente, nada vai mudar.— Porque desde o começo, não temos nada e você vai continuar me negando, tudo. — Não quero oportunidades, quero um lar Mounir.— Nunca vou me vender, trocando meus sonhos, por conforto, luxo.— Vamos nos divorciar. Não há outra saída!Ele disse que não queria aquilo, perguntou porqu
Ela nem teve coragem de ver o restante, naquele momento desistiu de uma vez por todas, dele, do casamento e de tudo, ficou extremamente triste. Ele foi pra casa se sentindo culpado, por não ter cuidado mais dela, realmente estava disposto a se divorciar, mantê-la longe, mas só antes de viajar, porque quando voltou, percebeu que não conseguiria. Jamila não estava na cidade ainda, ele foi até em casa, colocou as coisas de Inaya em uma mala pequena, pegou três vestidos, um casaco, meias, nenhum sutiã e quase dez calcinhas, produtos de higiene pessoal, voltou para o hospital bastante preocupado, ela ainda estava lá sentada, ele nem estava pensando direito em nada, quando chegou se aproximou só então pensando, que ela poderia ter visto suas conversas no celular. Inaya o olhou séria, pegou o celular e devolveu — Quero que vá embora, não preciso de você ao meu lado. — Seu falso arrependimento e sua pena, não me convencem. Ele fico
Mounir chegou de viagem e encontrou a casa em um silêncio incomum, tudo excessivamente arrumado, estranhou a ausência de Inaya, imaginando que ela poderia ter saído. Na cozinha notou algumas poucas louças sujas na pia, um indício de que ela esteve ali recentemente, uma apreensão começou a crescer em seu peito enquanto subia as escadas. Ele esperava encontrar Inaya, talvez para mais uma discussão, um acerto de contas, ao se aproximar da porta do quarto e chamá-la, o silêncio persistiu. Bateu hesitante duas vezes, o medo o invadiu com força, uma angústia o atingiu, a terrível possibilidade de que, em seu desespero, Inaya pudesse ter feito algo contra si mesma o paralisou por um momento.Desesperado Mounir entrou no quarto, ao vê-la caída no chão, correu em seu socorro, a ergueu com cuidado e colocou na cama. O desespero em sua voz era notável, enquanto a chamava repetidamente, tentando trazê-la de volta, Inaya despertou lentamente, com os olhos semicerrados e a voz fraca, pedindo po
Ela continuou quieta, cabisbaixa, ele ia deixá-la se divorciar, já que queria tanto, sem dar satisfação, ele saiu novamente, voltou mais tarde com uma doméstica que Jamila indicou, Inaya estava deitada no quarto, ele mostrou a casa toda, explicou o que ela deveria fazer e vigiar, era uma das coisas. Ele deu a lista de compras, um cartão de crédito, a mandou ir ao mercado sozinha, Farrah nem chegou a ver Inaya.Mounir foi fazer a mala para viajar a trabalho, colocou na sala, estava pronto para sair, bateu na porta do quarto e abriu, Inaya se sentou com cara de choro, que na verdade era cara de doente, ficou calada o olhando, ele falou mexendo no celular — Estou indo viajar, você vai ficar aqui e não sair por nada.— Contratei uma senhora, para te ajudar com a casa.— A Farrah é conhecida da minha família, ela foi fazer as compras e vai vir alguns dias, na semana.— Graças ao seu péssimo comportamento, a minha irmã, não quer vê-l
Mounir estava balançando a cabeça que não, percebeu para onde ela estava levando a conversa, achou que ia expor o acordo deles, interrompeu — Inaya, já chega. Pare sua serpente, mentirosa, você vive tomada por um gênio ruiim.— Sempre diz e fala coisas, que não deveria.— A família dela, não lhe ensinou nada meu tio.Ela se alterou— E você é como um jinn, com mil faces. — Não sou mentirosa, você não quer ter um casamento abençoado e nem me dar filhos.— Que alá diminua os seus dias. — Ele disse que quer me ver morrer seca sozinha, porque eu mereço ser sacrificada como um carneiro.— Me obriga usar o véu e estava lá, dando presentes a aquela magricela que se mostra toda. Mounir respondeu que era mentira, Halim interrompeu pensativo — La, la, la. — Vocês estão fazendo tudo errado.— O casal tem que sentar e conversar, entender o lado um do outro. I
Mounir estava distraído, começou a conversar com a moça, gostou muito dela, já de início, ela estava usando um vestido longo, amarelo com bordados de rendas preta, muito bem maqueada, sem usar o hijab, o cabelo dela era muito cheio, estava em um coque daqueles feitos em salão em beleza, ela era elegante, sorridente e muito educada, enquanto se cumprimentavam, já era nítido, que ela era bastante instruída, respeitosa.Ela começou a falar com ele, alternando inglês, árabe e português, já sabia da boa fama, da família dele, e quando ele foi respondendo igualmente em um tom descontraído, ela ficou bastante intrigada.Foi logo ao ponto, disse que ficou muito confusa, sem entender porque ele estava querendo se casar tão rápido, se era recém casado, os dois estavam indo para dentro da casa, ele disse que não estava contente e iria se divorciar, para dar a segunda esposa, o direito de se tornar a primeira, porque ele gostava de seguir os costumes e sabia, que a primeira, s
Ele se arrumou, desceu sem fazer barulho, a viu dormindo e deixou, foi comprar pão, preparou o café da manhã, leite com café, pão na chapa, torradas com geleia de morango, ficou pensando que deveria a chamar, por educação, foi até a sala, a tocou sutilmente no braço — Inaya? Acorde!— Bom dia.— Fiz o café da manhã, Yalla. Não esperou, ela respondeu bom dia sonolenta, se sentou, olhou a hora no celular, logo foi para a cozinha, ele estava mexendo no notebook enquanto comia, permaneceu sério, ela se sentou cabisbaixa, pegou uma xícara de leite apenas, ele a olhou desconcertado — Você não deve, ficar dormindo na sala.— Alguém pode chegar e ver.— Ninguém desse saber, o que está acontecendo conosco.— Só devem achar, que estamos bem. — Sei que não será, a vida que gostaria, mas pense que poderia ser muito pior.— Ao meu lado, você vai ter de tudo. Ela o olhou fixamente séria