Parte 58...
Aurora
Ele apertou o volante. Forte demais.
— Você sempre vai defender ele?
— Não seja infantil, Domenico... Não estou defendendo ninguém. Estou explicando o que houve com outro ponto de visão. Eu não sou como a minha mãe, Domenico. Eu não vou passar a vida engolindo o ciúme de um homem, fazendo de tudo pra não provocar a raiva dele. Eu vi o que isso fez com ela. - disse magoada — O quanto ela se apagou pra tentar manter a paz com meu pai. Eu não vou me apagar. Nem por você, nem por ninguém. Já tive minha cota de tristeza.
A comparação atingiu ele como um tapa. Eu vi. Ele virou o rosto de volta pra estrada, respirando fundo. Os ombros tensionados, o orgulho ferido. Mas ficou quieto por alguns segundos. Engolindo o que eu disse. Processando.
— Não sou seu pai, Aurora.
— Então não aja como ele.
A frase ficou no ar. Crua. Incômoda. Mais silêncio. Então ele respirou fundo e falou. Baixo. Mais calmo. Quase vulnerável.
— Eu só não quero te perder. Esperei tanto pra te ter de v