O mafioso caiu

Parte 156...

Aurora

A casa estava cheia da luz dourada de fim de tarde. Do interior, eu ouvia os passos apressados de Andretti correndo atrás de Gisele, que fingia não alcançá-lo. O som da risada dele cortava o ar como um presente.

— Devagar, meu amor - gritei da cozinha, enxugando as mãos no avental. — Gisele, fica de olho nele, por favor.

— Pode deixar, Aurora! - ela respondeu, já resfolegando enquanto tentava conter aquele tornado de quase quatro anos de idade.

Meus olhos seguiram para a varanda onde Domenico falava ao celular. A expressão dele era dura. Mandíbula cerrada, as sobrancelhas em um risco sombrio, e a voz baixa e firme em italiano rústico.

— Se ele se meter de novo onde não deve, vai sumir sem deixar rastros. Você me entendeu? Eu não repito ordem duas vezes.

Suspirei.

Saí da cozinha, atravessando o corredor em passos lentos até a varanda. Ele estava de costas, o paletó jogado no encosto da cadeira, mangas da camisa arregaçadas, o pulso exposto mostrando o relógio antig
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