Parte 57...
Domenico
Quando eu finalmente encontrei uma vaga, deixei que Aurora se adiantasse para falar com a dona do espaço. Mas senti um desconforto que começava a crescer no meu peito. Estacionei o carro mais distante do que queria, mas não era isso que me incomodava.
Aurora estava demorando. E eu odiava não saber onde ela estava. Não por desconfiança. Pelo menos era isso que eu dizia a mim mesmo. Mas a verdade é que algo me corroía por dentro desde que ela hesitou em confirmar que queria mesmo voltar pra Palermo comigo.
E se por acaso ela desistisse e depois o crápula do pai dela tentasse de novo aparecer e fazer algo pior com ela?
Decidi não esperar e saí caminhando atrás dela. Eu sei onde fica a pequena galeria onde ela achou o espaço para alugar. Só que isso me levou até uma cena que me paralisou. E o que senti naquele instante foi algo que eu nem sabia que ainda existia em mim: ciúme bruto, rasgado e sem aviso.
Ela estava ali, de costas para mim, curvada sobre Arturo como se