Quando Arthur abriu a porta, Helena entrou atrás dele com a sensação de estar ultrapassando mais do que uma soleira — atravessava uma fronteira da qual não voltaria a mesma.
A sala de reuniões era menor do que a da sede, mas ainda assim intimidadora. Havia uma mesa retangular de madeira escura e quatro homens sentados com expressões tensas. Sobre o tampo, pastas grossas e duas garrafas de água mineral.
Assim que Arthur entrou, o mais velho deles, um gerente de logística de olhar cansado, levantou-se num pulo.
— Senhor Valente.
— Senhor Cowell — respondeu Arthur com uma inclinação mínima de cabeça. — Vamos economizar tempo. O contrato com a Midland Transport está sob suspeita de fraude fiscal e falsificação documental.
O homem pigarreou.
— Não confirmamos nada ainda, senhor. Há divergências nas notas, mas…
— “Mas” não me interessa — interrompeu Arthur, com a calma fria que parecia uma marca registrada. — Quero dados. Não justificativas.
Ele se virou ligeiramente para Helena e indicou a