“Se existe um final feliz, talvez seja esse: a continuação.”
O céu de Londres estava limpo, raro para um fim de tarde de abril. No terraço da cobertura, a luz dourada se espalhava sobre as mesas de madeira clara, a vegetação renovada que Helena reorganizara aos poucos — samambaias, lavandas, uma pequena oliveira em um vaso. A cidade se estendia ao fundo como uma colagem de tons pastéis, e o som distante do tráfego era mais pano de fundo do que distração.
Arthur surgiu com duas taças e uma garrafa de espumante gelada. Helena já o esperava sentada em uma das cadeiras, com o blazer de linho jogado sobre os ombros e o cabelo preso em um coque despretensioso. A luz dourada a deixava ainda mais bonita — não de um jeito performático, mas inteiro. Presente.
— Achei que esse dia merecia um brinde — ele disse, entregando a taça.
— Só um? — ela arqueou a sobrancelha.
— Podemos fazer vários. Um pra cada recomeço.
Helena riu, encostando a taça na dele com um tilintar discreto.
— Ao nosso primeiro