Tentei rir. Mas eu não consegui. Ele deu um passo mais perto, baixando a voz, como se quisesse que só eu ouvisse.
— Foi aquele merda do Rafael, né?
Meus olhos se encheram de lágrimas de novo, mas engoli o choro com força. Respirei fundo, tentando manter as mãos firmes, mas elas ainda tremiam.
— Tá todo mundo comentando, Isabel, sinto muito. — ele continuou, a voz baixa, mas carregada de um tipo de raiva contida. — Adolescentes são uma merda.
Fiquei em silêncio. Não queria confirmar. E também Não queria negar.
— Olha… eu sei que ele é meu amigo — ele disse, olhando pros lados antes de voltar os olhos pra mim — mas o que ele fez foi escroto. Muito escroto. Ninguém tem o direito de te deixar assim.
Aquilo me desmontou por dentro. Pela primeira vez, alguém não tentou me culpar ou me diminuir.
— Eu… — tentei falar, mas a voz falhou.
— Ele te forçou? — ele perguntou, com a voz mais baixa agora. Séria.
Balancei a cabeça devagar. — Não… não exatamente.
Hesitei. A garganta apertav