A mãe olhou pra ele e fez um gesto com os olhos, discreto, mas não houve bronca, nem palavras duras.— Boa tarde — ela disse à diretora, sorrindo de leve.— Boa tarde. Por favor, sentem-se. —. A diretora pediu educada.A tensão no ar mudou quando meus pais entraram.Meu pai veio primeiro, a Bíblia quase sempre presente debaixo do braço, os passos pesados, firmes, como se pisasse em solo profano. Minha mãe vinha logo atrás, o olhar altivo, o cabelo preso em um coque elegante, o perfume caro impregnando o ar.Na frente da diretora, eles eram pura cordialidade.— Que situação desagradável, diretora Sandra. Agradecemos por nos chamar. — disse meu pai, com a voz controlada. Um sorriso forçado no rosto. — Não se preocupe, isso não vai se repetir.— Com certeza, não. — minha mãe completou, entrelaçando os dedos no colo. — Vamos conversar com ela em casa, com muita firmeza.Sandra assentiu, satisfeita com o tom educado. Continuou explicando que a escola não tinha intenção de puniçõ
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