Arthur
No hall, o som dos saltos dela ecoava junto com o meu, e logo vimos a silhueta de Dona Beatriz vindo em nossa direção. A velha matriarca parecia menor do que lembrava, mas ainda carregava aquela imponência que fazia qualquer um endireitar a postura.
— Meus netos… — disse, e logo os olhos pousaram em Helena. A rigidez do rosto se quebrou. — Minha menina.
Ela se aproximou, pegando as mãos de Helena com carinho, e eu quase pude ouvir Helena prendendo a respiração.
— Estou muito triste com tudo o que ouvi nos jornais. — continuou a avó, balançando a cabeça com um suspiro pesado. — Mas eu conheço o olhar de uma boa menina. E o seu é limpo, Helena.
Helena, sem perder o tom pedante que sempre usa quando alguém tenta testá-la, respondeu com firmeza:
— Eu não vou deixar mentiras me definirem, Dona Beatriz.
— É isso que eu gosto de ouvir. — A velha sorriu, encostando de leve a mão na barriga discreta de Helena. — E esse bebê terá sorte de nascer com uma mãe corajosa.
Helena sorriu de ca