O celular ainda vibrava na minha mão quando a porta se abriu. Arthur.
Meu coração parou.
Ele entrou sem dizer nada, a gravata já solta no pescoço, a expressão carregada. Eu gelei, ainda com Rafael do outro lado da linha.
— Arthur… — minha voz quebrou, o desespero me fazendo tropeçar nas próprias palavras. — Não é o que você tá pensando, eu… eu ia desligar, eu ia resolver antes que isso—
Ele não respondeu. Nem olhou direito para mim. Só caminhou firme, passos pesados, o olhar escuro fixo no celular que eu segurava como se fosse uma bomba prestes a explodir.
— Eu juro que não tive nada a ver com isso, eu… ele tá mentindo, ele inventou tudo! — minha voz saiu apressada, quase sem fôlego, mas parecia se perder no ar.
Arthur parou diante de mim. Por um instante, pensei que fosse me tocar, me segurar, dizer alguma coisa. Mas não. Ele simplesmente estendeu a mão, e antes que eu tivesse tempo de reagir, arrancou o celular dos meus dedos trêmulos.
Arthur levou o celular à orelha, os olhos fixo