Você é minha prioridade agora.
O almoço parecia ter durado uma eternidade. Quando finalmente entramos no carro, Helena soltou o ar com tanta força que parecia estar saindo de um campo de batalha. Fechou os olhos por um instante, encostando a cabeça no banco, como quem precisa provar para si mesma que ainda está inteira.
Fiquei olhando. O jeito como ela se mantinha firme diante de todos, mesmo quando a hostilidade era óbvia, me deixava em conflito. Aquela mulher era mais do que eu tinha imaginado. Mais do que eu deveria permitir que fosse.
Aproximei-me um pouco, quebrando o silêncio. — Helena… — chamei baixo. Ela abriu os olhos devagar, ainda cansada. — Eu não sei como lidar com tudo isso… — admiti, a voz mais suave do que deveria. — Mas tem uma coisa que eu sei. Não vou deixar ninguém te machucar.
Ela me encarou por longos segundos. Não havia ironia, nem aquele tom pedante que sempre carregava. Apenas silêncio, absorvendo cada palavra como se fossem proibidas demais para serem ditas.
E, por algum motivo que não con