A saída da sala de reuniões foi rápida. Helena organizava os papéis, conferia a pasta, e eu seguia alguns passos atrás, mantendo distância suficiente para não parecer invasivo… mas perto o bastante para sentir o calor do corpo dela, a energia que emanava de cada gesto.Entramos no elevador. Ela apertou o botão do térreo, sem olhar para mim. O silêncio se instalou, pesado e carregado, como se cada respiração fosse amplificada.— Dia longo, hein? — murmurei, apoiando-me discretamente na parede oposta à dela.Ela soltou um leve suspiro, sem responder. Continuava firme, olhos fixos no painel do elevador.As portas se fecharam, e então, de repente, o elevador parou com um solavanco. Luz de emergência acendeu, um clique metálico ecoou.— Ótimo… — resmunguei, frustrado. — Parece que vamos ficar aqui um pouco.Ela ergueu os olhos, finalmente me encarando, arqueando uma sobrancelha. — Não acredito… — disse, com um meio sorriso, meio irritada.— Fica tranquila, Helena — comentei, aproximando-me
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