Gustavo e Clara 13

A semana parecia um castigo lento.

O tempo passou arrastado, como se cada hora me testasse pra ver se eu ainda aguentava esperar.

Eu estava no bar de novo, sentado no canto, longe o bastante pra não incomodar, perto o bastante pra ver ela se mover.

Clara fingia não me ver, mas eu percebia o jeito como os ombros dela ficavam tensos quando eu chegava.

O jeito como ela evitava olhar direto, como se qualquer contato fosse perigoso demais.

Rafa me serviu uma cerveja e sussurrou: — Cara, você é teimoso.

Eu só dei de ombros. — Já fui pior.

Ela passou perto, pegando uma bandeja. O perfume bateu em cheio e me desmontou.

Não aguentei. Fui até o balcão, esperando o momento certo.

— Clara. — Minha voz saiu baixa, quase um pedido.

Ela não levantou o olhar. — Gustavo, não faz isso aqui.

— Só me escuta. — Respirei fundo.

Ela suspirou, largou a bandeja e finalmente me olhou. O olhar dela doía mais do que qualquer tapa.

— Você acha que basta aparecer todo dia, deixar bilhetinho e fingir que é ou
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