Obrigado pela visita. E pelo caos
Helena
As semanas seguintes passaram num ritmo que eu nem sei explicar.
Os dias se misturavam com as noites, o som do choro da Aurora já era parte da trilha sonora da casa.
Eu vivia com o cabelo preso de qualquer jeito, uma caneca de café na mão e uma sensação constante de que meu peito ia explodir — de amor e de medo ao mesmo tempo.
Arthur tentava ajudar. Às vezes dava certo. Às vezes, nem tanto.
Ele aprendeu a segurar a mamadeira, a trocar fralda e até a cantar pra ela dormir — desafinado, mas bonito de ver.
— Você tá pegando jeito — comentei uma madrugada, enquanto ele balançava ela nos braços.
Ele sorriu de lado, o olhar fixo nela.
— Ela confia em mim agora. — E fez uma pausa curta, antes de olhar pra mim. — Queria que você também confiasse.
Não soube o que dizer. Só me aproximei, ajeitei a cobertinha em volta dela e fingi não ouvir o que ele realmente queria dizer por trás daquilo.
Quando Aurora finalmente dormiu, ele sentou no sofá, com ela no colo, e acabou cochilando assi