Fica comigo, Helena.
A cor rosa do recheio parecia irradiar luz própria. Por um segundo, ninguém respirou. E então o salão explodiu em aplausos, gargalhadas e gritos de comemoração.
Beatriz levou as mãos ao peito, os olhos brilhando como se visse um milagre.
— Uma menina... — murmurou, emocionada. — Uma nova geração de Vasconcelos.
Minha mãe, se aproximou sem conseguir conter as lágrimas.
— Uma menina! — repetiu, com um sorriso largo e orgulhoso. — A nossa Aurora! — e me abraçou com força, mesmo com os flashes disparando à nossa volta.
Vovó veio logo atrás, andando devagar, o olhar cheio de ternura.
Ela segurou meu rosto entre as mãos enrugadas, como fazia quando eu era pequena.
— Deus abençoou vocês, minha neta. — disse, a voz trêmula. — E que essa criança traga luz pra onde houver sombra.
As palavras dela pareciam ecoar no peito de Arthur.
Ele ficou em silêncio, observando a cena — Helena cercada de amor verdadeiro, o tipo de afeto que ele nunca aprendeu a receber.
Por um instante, o rosto dele se