O relógio digital piscava no canto da tela: 12h07.
Arthur ainda não tinha aparecido.
E isso era… estranho.
Apertei o botão do elevador e subi até o andar da diretoria. As pessoas me olhavam com aquele misto de respeito e curiosidade que eu já tinha aprendido a ignorar.
Marina apareceu assim que me viu, um copo de café na mão e a expressão curiosa.
— Bom dia, mamãe da Aurora. — provocou, com um sorriso.
— Bom dia. — respondi, apoiando a mão na barriga, que agora parecia ocupar metade de mim. — Já é meio-dia e o seu chefe ainda não deu as caras?
Ela arqueou uma sobrancelha. — Não. E olha que isso é inédito. O homem é um robô com agenda.
Sentei na cadeira e tentei disfarçar o incômodo.
— Eu mandei mensagem cedo, ele visualizou… e nada.
— Ih. — Marina se inclinou na mesa. — Briga?
— Não. — Suspirei. — Ontem à noite ele estava… diferente.
— Diferente como?
— Estava distante, falando muito no celular...
Marina fez uma careta, girando o copo de café entre os dedos.
— Hm. Ligação de trabalho