DORIAN
Saio da banheira com cuidado, sem pressa, como se ainda estivesse carregando o peso sagrado do instante que acabamos de dividir. Pego uma toalha felpuda e me seco rapidamente antes de me ajoelhar ao lado dela.
Ela está com os olhos semicerrados, os cabelos colados à pele úmida, e o corpo tão relaxado que parece feito de brisa. Ainda assim, me permito mais um gesto: pego outra toalha e a enrolo devagar, começando pelos ombros, cobrindo seu colo, secando com suavidade cada centímetro de pele. O ventre, os braços, as coxas. Ela não protesta. Só me observa com aquele olhar que me desmonta.
A pego no colo logo depois — e ela se encaixa como se aquele lugar tivesse sido feito para ela. O quarto está na penumbra, iluminado apenas pela luz difusa de um abajur. A temperatura foi ajustada enquanto o banho ainda acontecia, e agora há uma brisa morna, leve, acolhedora. O lençol de algodão egípcio está impecável, mas quando a deito, ele perde o sentido. Porque tudo que importa está ali: ela