LARA
O silêncio é quase absoluto. Só o som da água se movendo devagar, o calor do vapor envolvendo cada poro do meu corpo e o peso leve de Dorian atrás de mim. Estamos juntos, mas ainda separados por centímetros e por tudo que não dizemos.
Mas eu sinto.
Sinto as mãos dele me envolvendo. Sinto a forma como o peito dele se move contra minhas costas. Sinto o cuidado com que me acomoda em seus braços, como se cada gesto fosse uma promessa muda de que ele não vai me soltar.
Eu amei esse banho.
A ternura.
O toque lento, a atenção ao detalhe, a reverência ao meu cansaço.
Mas há uma parte de mim que grita mais fundo.
Não é o desejo pelo toque cru, pelo prazer imediato. É algo mais primitivo e mais complexo. É uma necessidade de me sentir ancorada. Estável. Contida.
De saber que ele está aqui. Comigo.
Dentro de mim.
Inclino a cabeça para trás, deixando que ela repouse no ombro dele. Minha pele está quente, mas é o coração que ferve agora.
— Dorian… — murmuro, com a voz baixa, como se dissesse